CORVINAL
“Ou será a velha e sábia Corvinal
A casa dos que têm a mente sempre
alerta,
Onde os homens de grande espírito e saber
Sempre encontrarão
companheiros seus iguais.”
O que se tem na idéia é que corvinais são os nerds de Hogwarts.
Pessoas sempre bem informadas, inteligentes, racionais. Diz-se também que as
meninas da casa são as mais bonitas (como era Rowena Ravenclaw) e que todos são
muito gentis e têm sempre uma palavra agradável para dizer. No primeiro livro, tirando apenas algumas
menções, a única pessoa que conhecemos dessa casa já está morta: A fantasma Dama
Cinzenta, que caminha entre os alunos no Salão Principal, sempre de cabeça
erguida e ar imponente, calada e muito bela.
Em Relíquias da Morte descobrimos que a fantasma é a filha da
fundadora Rowena, e que roubou o diadema da mãe para adquirir mais inteligência.
Helena, a fantasma, fugiu para as florestas da Albânia com o objeto ela faleceu
nas mãos do Barão Sangrento, que era apaixonado por ela. Depois de morta, ela
comete o terrível erro de contar ao jovem Tom Riddle onde está o diadema
perdido, o que nos leva a perguntar onde está a “mente sempre alerta” dos
corvinais em uma hora dessas. Nessa narrativa também podemos deduzir que Rowena
Ravenclaw forçava a filha a um relacionamento com um homem que ela não amava. Logo Rowena, que pregava que o
espírito sem limites é o maior tesouro do homem, limitou-se a não deixar sua
filha escolher seu amor.
Em Prisioneiro de Azkaban mais uma personagem da casa dos sábios é
apresentada a nós: A bela apanhadora Cho Chang, primeiro amor de Harry Potter.
Nesse livro pouca importância se dá à ela, mas isso muda logo no próximo da
série, quando ela namora Cedrico Diggory e desperta ciúmes no personagem
principal dos livros. Em Ordem da Fênix, depois que o namorado morre, ela tem um pequeno caso com Harry e nesse pouco
tempo deturpa a imagem da sua casa. Cho não demonstra gentileza, fala o tempo
todo do ex-namorado como se o atual não lhe importasse e despreza os
conhecimentos de Hermione. Quando sua amiga Marieta (Corvinal)
denuncia a Armada de Dumbledore, Cho fica ao lado dela, dando as costas para o
resto do grupo. Mente fechada, espírito idem.
Não conseguia enxergar o erro da amiga por puro ciúme. Também em Ordem da
Fênix outra menina da casa ganha destaque. Ela é gentil como Cho não era, mente
aberta e alerta como Helena não era. Luna Lovegood é adorável, simpática e cheia
de graça. É inteligente e, quando bem vestida, fica bonita, de acordo com Harry
em Enigma do Príncipe. Dá tanto valor às amizades que pintou o rosto dos seus
melhores amigos no teto do quarto. Se não fosse completamente maluca e avoada,
seria a melhor representante da casa. Luna não tem nem uma gota de racionalidade
e vive no mundo da lua. Acredita em animais fantásticos que não existem e em
superstições exageradas. Se pai, Xenofílio, tão amalucado quanto a filha, também
era da casa e contradizia a todos dizendo que as Relíquias da Morte eram reais,
e não uma lenda – o que acabou sendo verdade no fim.
O que os corvinais têm em comum, então?
A busca pelo conhecimento a qualquer preço, acredito. Pois Helena roubou o
diadema para ser mais inteligente, Luna e seu pai lutam por suas crenças pois
elas são o real conhecimento para eles e, por mais que a maioria das pessoas não
goste dela, Cho nunca foi descrita como burra.
GRIFINÓRIA
“Quem sabe sua morada é a Grifinória
Casa onde habitam os corações
indômitos.
Ousadia e sangue-frio e nobreza
Destacam os alunos da
Grifinória dos demais.”
É conhecida por ser a casa dos nobres de
coração valente, os corajosos e ousados. Os maiores bruxos, como Alvo
Dumbledore, são oriundos de lá. Comecemos por ele então. Alvo sempre foi
inteligente e ousado na época da escola. Porém, quando Grindelwald chegou à sua
vizinhança e fê-lo cair de amores, sua defesas baixaram e sua nobreza acabou.
Agora, era tudo pelo novo amigo e seus ideais sobre dominação dos nascidos
trouxas, a luta pelo “bem maior”.
Dumbledore deixou-se corromper, negligenciando a irmã caçula que era doente,
esquecendo seus limites. Mas relembrou deles quando a pequena Ariana caiu morta
no chão, sem saber quem foi que a matou. Podia ter sido ele, seu irmão –ou seu
amado. Independente disso, Grindelwald fugiu, foi lutar sozinho e, anos mais
tarde, Dumbledore o derrotou, esquecendo de tudo o que um dia sentira por ele,
vingando finalmente a morte de sua irmã.
Harry Potter também entra para a casa da coragem, e faz jus a isso por quase
toda a saga. Desde o momento em que enfrenta o trasgo em Pedra Filosofal até
quando dá sua vida pelo bem da humanidade em Relíquias da Morte, poucas vezes a
nobreza do herói é posta em dúvida. Uma dessas vezes é em Cálice de Fogo, em que
ele derrota dragões, sereianos e até o próprio Voldemort, mas encontra demasiada
dificuldade para convidar Cho Chang para o baile. Em Ordem da Fênix, abandona
toda sua nobreza ao sentir inveja de Rony que, ao contrário dele, não era o
grande Eleito mas, mesmo assim, ganhou o título de monitor.
Neville Longbottom nunca foi o maior exemplo de coragem da Grifinória. Foi
sempre muito desastrado, medroso e recuado. Enquanto seus colegas tinham medo de
múmias e dementadores, Neville tinha medo… do professor de poções!. Além do medo
evidente que sempre teve de sua avó. Mesmo assim, quando Voldemort começou a
controlar Hogwarts, ele foi o líder da revolução. O grito para que todos ainda
defendessem a Armada de Dumbledore, depois que Harry supostamente tinha morrido,
veio dele. Neville largou seus medos para enfim mostrar o que o levou a ser
grifinório. Porém, nem todos os que não demonstram coragem são corajosos
enrustidos, como Longbottom.
Pedro Pettigrew foi da Grifinória, foi um Maroto e, algum tempo depois, foi
Comensal da Morte, entregou os Potter a Voldemort e fingiu-se ser rato por doze
anos. Em nenhum momento, pelo menos depois que seguiu o Lord das Trevas,
demonstrou coragem. Em uma conversa nada amigável com Sirius no terceiro livro,
Pedro declara que só denunciou James e Lílian pois Voldemort ameaçou-o de morte.
Black afirma que ele deveria ter “morrido por seus amigos”, como seus amigos
teriam feito por ele. Mesmo depois de ter sido descoberto e do sermão que levou
de seus velhos amigos, ele retorna para Voldemort, que ele ajuda a ressurgir em
Cálice de Fogo e que lhe dá uma mão de prata no lugar da que ele decepou. Essa
mesma mão prateada o mata em Relíquias da Morte, quando Pedro se lembra da
dívida que tinha com Harry e decide não matar o Eleito.
O que os grifinórios têm em comum, então?
Eles têm limites e princípios. Dumbledore amava Grindelwald, mas não pode
continuar com isso depois que o jovem causou a morte de sua irmã e a separação
total de sua família. Pedro seguia o Lorde das Trevas, mas sabia que devia sua
vida a Harry. E Neville pode ser medroso, até que sua vida fosse exposta
diretamente ao perigo.
LUFA-LUFA
“Quem sabe é na Lufa-Lufa que você vai morar
Onde seus moradores são
justos e leais
Pacientes, sinceros, sem medo da dor.”
Vejam só: até o Chapéu Seletor fala pouco da casa da bondade! Lufos são
considerados, pela maioria, os bobos de Hogwarts. Os santinhos, bonzinhos
demais. Somos apresentados ao Frei Gorducho em Pedra Filosofal, e ele é descrito
como alguém que aparenta ser guloso, vive rindo e é extremamente diferente dos
outros fantasmas, que vivem calados com ar de superioridade. O frei inclusive
diz aos alunos que gostaria que todos fossem para a sua casa, mostrando evidente
orgulho de ser da Lufa-Lufa. Nesse mesmo livro, conhecemos Ana Abbott e Justino
Finch-Fletchley, que são apenas apresentados na seleção e ao longo da história
são bastante citados; ele por ser uma das vítimas do basilisco no segundo ano e
ela por ter fortes tendências ao nervosismo (passava mal durante as aulas na
época dos NOMs e declarava que Sirius Black podia se transformar em arbusto no
terceiro livro).
O primeiro lufo que tem sua história desenvolvida é Cedrico Diggory,
escolhido pelo cálice de fogo no quarto livro. Sim: a casa só é explorada no
quarto livro. Ele é descrito como um garoto de porte atlético, cheio de vida e
possivelmente inteligente, pois foi dado como apto para participar do Torneio
Tribruxo. Ele sempre foi contra aos bottons “Potter Fede/Apóie Cedrico” que seus
colegas (que também eram da “casa dos justos”) usavam, ajudou Harry na segunda
prova e, quando este se machucou no labirinto, salvou a vida dele.
Harry ofereceu a Taça Tribruxo a ele, que não aceitou, mesmo que há anos sua
casa não tivesse glória tão grande Morreu injustamente nas mãos de Pedro
Pettigrew. Dois livros depois, conhecemos mais dois participantes da casa:
Zacarias Smith e Ninfadora Tonks. Ele era da Armada de Dumbledore, era debochado
e difícil de lidar. Não acreditava nas reais virtudes de Harry e entrou para a
Armada só para tirar a limpo suas habilidades. Como muitos outros, não atendia
ao chamado dos galeões de comunicação que Hermione havia feito e demonstrava
grande desprezo por todos os grifinórios, deixando isso claro quando narrou os
jogos de quadribol em Enigma do Príncipe.
Não era justo ou bondoso, como supostamente seriam os lufos e gostava de
fazer piadas de mau gosto. Já Tonks era, sim, bondosa, leal à Ordem da Fênix e
justiceira. Porém, tinha algo que nunca foi dado como característica da
Lufa-Lufa: tinha uma personalidade demasiadamente forte, tinha atitude, tanto no
modo de se vestir (com seu cabelo rosa-chiclete e camiseta das Esquisitonas), de
agir e de falar. Não gostava de ser chamada pelo primeiro nome, ficando
furiosíssima quando apenas começavam a falar Ninfadora. Tonks mostra também
muita perseverança, desejando casar com o lobisomem Remo Lupin e lutando sempre
por esse amor. Lembrando que ela era muito jovem (aproximadamente 27 anos no
último livro) e que assim mesmo passou no curso de formação de Aurores, que
reprova muitas pessoas. Por isso, deve ser inteligente também. Morreu em batalha
e deixou um filho, Teddy Lupin, que é metamorfomago como ela.
O que os lufos têm em comum, então?
O fato de não aceitarem fácil o que lhes impõem. Ninfadora teve força de
sobra para conquistar Lupin e virar sua esposa depois. Justino, mesmo não
acreditando em Harry, quis também aprender a se defender quando a professora
Umbridge não o ensinou. Cedrico, apesar de saber que quando saísse do labirinto
seria excomungado por seus colegas, quis dar o prêmio do Torneio Tribruxo a
Harry.
SONSERINA
“Ou quem sabe a Sonserina será sua casa
E ali fará seus verdadeiros
amigos;
Homens de astúcia que usam quaisquer meios
Para atingir os fins
que antes colimaram”
Essa casa é
popularmente vista como a casa dos “maus elementos”. Afinal, os grandes vilões
da série vieram de lá: Lorde Voldemort, a família Malfoy, a família Black –
menos Sirius – os Snapes, etc. Tom Servolo Riddle, o futuro Lorde das Trevas,
foi diretamente escolhido para a casa e, se pensarmos bem, não porque ele é mau.
Convenhamos, Voldemort é muito persistente, e “usa quaisquer meios para atingir
os fins que antes colimou”. O que ele mais deseja é a vida eterna e, para
concretizar esse sonho ele comete a mais terrível das atrocidades, que é matar
alguém para que essa morte produza uma Horcrux, que supostamente lhe garantiria
uma vida eterna.
O que fez Tom virar alguém realmente perverso foi essa fragmentação da alma
em sete partes (os livros afirmavam que uma divisão apenas já seria muito). No
fim da sua vida, tinha tão pouca alma que não pode ao menos sentir remorso.
Outro caso muitíssimo interessante de sonserino é Severo Snape. O professor
sempre foi mesquinho com Harry, dava-lhe detenção sempre que podia –e até quando
Potter não merecia. Aparentemente era fiel aos Comensais mas, descobre-se no fim
do livro, sua lealdade não era nem de Voldemort nem de Dumbledore: Era leal ao
amor. O amor que sentia por Lílian Evans, aquele por quem era apaixonado na
adolescência, mas que o rejeitou quando ele virou Comensal. Pelo amor de Lílian
ele foi capaz de entregar a vida de Tiago e Harry ao seu mestre e, depois que
ele a matou também, passou a vida toda cuidando do pequeno sobrevivente,
garantindo que ele pudesse chegar à batalha final, tudo para que Lílian pudesse,
de algum modo, perdoá-lo.
Os Malfoys também são sonserinos não tão ruins quanto parecem. Apesar de se
dizerem fiéis até o fim ao Lorde das Trevas, na última batalha, quando seu
mestre precisava da ajuda de todos os servos, Lúcio e Narcisa fizeram de tudo
para manter Draco em segurança. A mulher, inclusive, salvou a vida de Harry, em
troca da informação sobre o paradeiro de Draco. Ficamos sabendo, então, que a
prioridade dos Malfoys não é seguir fervorosamente Voldemort e exterminar os
sangue-ruins, mas sim manter sua família a salvo. E a pergunta fica: Ninguém da
Sonserina é bom? Todos seguem Voldemort? Não. Horácio Slughorn, o Slug, foi da
casa da ambição e nunca esteve ao lado dos Comensais. Pelo contrário, sempre foi
muito bom e influenciava seus alunos de todas as casas a serem boas pessoas,
personalidades de sucesso. Claro, sempre em troca de alguns favores.
O que os sonserinos têm em comum, então?
A óbvia perseverança, a força de vontade. Nenhum deles se dá por vencido,
todos almejam ter tudo que merecem –e sempre querem mais. Voldemort quis a vida
eterna, os Malfoys queriam seu filho vivo, Snape queria o amor de Lílian e Slug
quer boa comida e bebida. Quem pode culpá-los?

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